Arctic Monkeys: Do Pior ao Melhor

Quem caralhos são os Arctic Monkeys??? bem, eles são uma das maiores bandas do genêro indie rock, com 6 álbuns de estúdio e que está completando 20 anos de existência em 2022, então excepcionalmente hoje eu vou ranquear todos os seus discos de estúdio. Arctic Monkeys é uma banda que eu acho muito interessante falar sobre porque apesar deles sempre se manterem com o pé no indie rock, eu acho que cada lançamento deles mostrou uma faceta diferente do grupo, transformando eles em uma das bandas que ainda estão em atividade no rock mais interessantes de se analisar. Então venha comigo ver a discografia dos macacos artistas, do pior até o melhor do melhor.



Sexto Lugar - Suck It and See


O quarto álbum da banda lançado em 2011 reflete o conteúdo da sua música na sua capa, ele não é nem de longe ruim, ele só é blasé. Na verdade esse disco simboliza o período de transição do Arctic Monkeys super indie dos anos 2000 para o som mais bombástico e comercial que eles iriam trazer no seu próximo trabalho em 2013, e como a maioria dos álbuns de transição, ele fica bem no meio do caminho entre uma coisa e outra. A sonoridade é mais pesada indo para um rock n roll mais anos 70 como seria os próximos lançamentos da banda, "Brick By Brick" inclusive é uma música que parece um cover de algumas das primeiras músicas dos Beatles, porém as letras ainda falam dos mesmos assuntos que a banda sempre trata, e é aqui que esse álbum ganha a última posição nesse top para mim. As letras do Alex normalmente são as melhores partes das músicas, elas ganham vida na sua cabeça, te fazem lembrar de momentos da sua própria vida ou imaginar momentos que você queria ter vivido, e eu não vejo isso nesse álbum, as letras são genéricas na maior parte, não tem nenhuma muito memorável, e a parte instrumental, que é bem mais experimental do que tudo que eles tinham feito antes, com guitarras pesadas e músicas que vão até para um lado mais psicodélico, são a parte mais interessante do disco. Ainda assim, como eu disse no começo, não é um disco ruim, ele é bem consistente nas 13 faixas, e tem algumas músicas que ficaram no repertório de shows da banda, como a excelente "She's Thunderstorms" que abre o disco, "Black Treacle" é a música que pra mim se aproxima mais do estilo antigo da banda e então é uma das minhas preferidas, como eu falei "Brick By Brick" tem um estilo bem antigo que eu gosto assim como "Don't Sid Down 'Cause I've Moved Your Chair", e "That's Where You're Wrong" para mim fecha muito bem o álbum sendo esse space rock bem anos 90. No geral esse álbum é a banda tentando entrar em novas sonoridades e vendo o que funciona ou não na prática, não é um álbum ruim mas é o com as letras mais qualquer coisa e o mais sem direção da banda. 


Quinto Lugar - Humbug


O Arctic Monkeys tinha acabado de lançar seu segundo álbum, o mais melancólico e indie que a banda faria, tinham mostrado que não eram apenas um acaso e se colocado como um dos maiores nomes do rock no final dos anos 2000, então o que eles resolvem fazer para o seu próximo álbum??? ir para um deserto na Califórnia, chamar o cara do Queens Of The Stone Age e fazer o disco mais pesado da banda, é claro. Sim, com produção de Josh Homme e com forte influência no clima quente, a banda mudou a sua sonoridade para um rock n roll mais direto, com guitarras pesadas e menos rápidas e mais experimentação em contraste do ritmo dançante dos últimos dois discos, indo de um rock anos 60 para um stoner rock anos 70. Da para dizer que esse aqui é o álbum da maconha do Arctic Monkeys porque as músicas são mais lentas e arrastadas, tem uns solos de guitarra bem psicodélicos, são faixas perfeitas para vibezar com ou sem a influência de alguma coisa. As letras do Alex também dão uma mudada, nos primeiros álbuns ou ele era mais otimista, ou ele usava um pessimismo misturado com ironia, já aqui ele usa bastante de analogias para passar o sentimento que ele quer para quem esta escutando, o que eu acho que enriquece muito as letras dele, e foi uma técnica que ele passou a usar mais e mais daqui para frente. O disco abre de maneira perfeita com a lenta e misteriosa "My Propeller" que é perfeita para já ditar o som dessa nova fase da banda, é uma música completamente diferente de tudo que eles tinham feito antes, e disso a gente já vai para o maior hit do álbum, o que é outra decisão arriscada mas que se provou um acerto. Eu não tenho palavras para descrever o quanto eu amo "Crying Lighting", é uma das minhas cinco músicas favoritas da banda, parece algo que sairia da melhor época do The Doors, eu adoro tudo sobre essa música e é ótimo como ela só poderia existir nesse disco. "Secret Door" é outra música que eu escuto com muita frequência, ela tem um dos refrões mais pegajosos do catálogo da banda, e tem um espirito de festa as 3 manhã nela, tipo quando ninguém mais sabe o que ta acontecendo mas todo mundo ainda ta se divertindo. "Dance Little Liar" tem uma das melhores letras sobre traição porque ela é montada toda em cima de analogias como se fosse um poema mesmo, é uma das melhores coisas que o Alex já escreveu e todo o ritmo dela é lento e misterioso até ficar agitada no final, combina perfeitamente. E por fim o disco fecha com "The Jeweller's Hands" que é uma daquelas músicas que vai ficando mais e mais complexa e esquisita, no bom sentido, até o seu final, o que combina perfeitamente com esse projeto, sendo um puta encerramento para um disco que veio para mudar o que a banda era, e conseguiu. Humbug é o álbum mais underrated do Arcitc Monkeys, mas os outros quatro são tão bons que esse ainda é "apenas" o penúltimo lugar na discografia deles.   


Quarto Lugar - Tranquility Base Hotel & Casino


Em questão de criação de atmosfera eu não acho que o Arctic Monkeys acertou tanto quanto no seu último lançamento até agora, o maravilhoso Tranquility Base Hotel & Casino. O que eu mais admiro nesse álbum é a coragem de seguir o extinto do que eles queriam fazer. O último álbum deles foi o maior sucesso comercial do grupo, trouxe faixas que estão no imaginário coletivo até os dias de hoje, seria muito fácil fazer o AM de novo e de novo e ficar no topo das paradas do mainstream com esse estilo de música, mas não, eles foram na direção completamente oposta do seu último lançamento, e para mim fez um álbum igualmente interessante e que funciona perfeitamente como um LP completo. O álbum é puxado bem mais para um space rock com influência de jazz e rock progressivo, tendo uma pegada mais lenta, o que pode ter feito muitos fãs da banda, principalmente os novos que vieram do AM, acharem o álbum chato e até básico, mas para mim ele é o contrário disso, porque liricamente e nas suas influências ele é provavelmente o álbum com mais temas que o Arctic Monkeys já fez. O próprio título do álbum é uma referência a base da tranquilidade, a região lunar onde a Apollo 11 aterrissou, e o disco tem toda essa vibe espacial, como se fosse uma base fora da terra onde tripulantes escutam músicas enquanto tentam esquecer os problemas que ficaram na terra, problemas esses que são trazidos nas letras, que toca em temas como consumismo desenfreado, a nossa dependência na tecnologia que vai ficando cada vez mais alta, politica, religião e outros temas delicados e polêmicos, tudo isso da perspectiva de vários personagens que estão nesse resort de luxo fora da terra, é uma ideia genial de álbum conceitual, e a execução dele é muito bem feita também. Uma coisa que eu tava com saudade de ver do Arctic Monkeys era o sarcasmo britânico característico deles, eu adoro as analogias e os poemas bonitinhos mas aquele humor deles é algo muito divertido de se ouvir, e isso já vem na primeira frase da primeira faixa "Star Treatment", onde o cantor da banda da casa que esta tocando nessa base começa a música com um "eu só queria ser um dos Strokes",o que funciona dentro do contexto dessa banda aleatória tocando nesse lugar, como um meta comentário na rivalidade Strokes e Arctic Monkeys nos anos 2000, é a primeira linha do álbum e eu acho que ela já resume perfeitamente a sátira ácida que é esse disco com esse piano acompanhando numa pegada Frank Sinatra, no que é uma das melhores faixas do disco. A faixa- título é outra que eu considero genial no conceito dela, que seria um funcionário dessa base apresentando o lugar para o ouvinte, e a descrição não só é perfeita para te colocar na ideia do álbum como essa faixa tem um dos melhores refrãos desse disco. "Four Out Of Five" é o grande hit indie estilo Arctic Monkeys do álbum e não decepciona em ser esse carro chefe, ela tem toda uma grandiosidade que só essa banda consegue trazer em um single, ela parece que trás um pouco de todos os outros cinco álbuns nela, ela é contagiante, lenta, irônica, com um refrão icônico, eu sou suspeito para dizer porque se tratando dessa banda eu sempre gosto mais da música mais famosa do álbum, e eu posso dizer que essa é minha favorita do álbum. Para mim esse é o projeto que mostra a maturidade desse grupo por completo, saindo completamente da zona de conforto que eles poderiam ficar e fazendo o que é provavelmente seu disco mais interessante e complexo até então. Tudo que eu tenho para dizer sobre a percepção do público para com esse álbum de 2018 até agora é que eu tenho uma lista de nomes anotados de quem disse que esse álbum era ruim quando lançou e agora diz que ele é ótimo, e qualquer hora eu vou meter o exposed em todo mundo aqui. 


Terceiro Lugar - AM


Eu acredito firmemente que a partir do momento em que o mundo ouviu o riff de "Do I Wanna Know?" pela primeira vez, o rock moderno nunca mais foi o mesmo. Com as influências dos seus dois últimos trabalhos o Arctic Monkeys finalmente estava pronto para colocar o indie rock de lado um pouco e fazer o que seria o seu álbum de maior sucesso internacional, AM. Dessa vez o caminho da banda foi o rock mais popular da época mesmo, fazendo um som que ainda tinha um pouquinho das suas raízes, mas que ia bem mais para o glam rock e até o hard rock, com letras sobre festa, desilusões amorosas, e sexo, no melhor estilo que um rockstar pode escrever, os fãs antigos da banda estranharam esse novo Arctic Monkeys, mas não importou muito porque esse foi o álbum que deu uma nova legião de fãs para a banda, nunca se falou tanto de rock indie do que na época do lançamento desse álbum. AM é simplesmente um hit atrás do outro, logo de abertura a gente tem a música mais famosa da banda, uma das músicas mais famosas do rock da década de 2010, "Do I Wanna Know", essa é uma daquelas músicas que eu poderia facilmente colocar no meu quadro de músicas perfeitas, o alinhamento de guitarras no começo, a construção para o refrão, o "clawling back to you", eu acho que nunca uma desilusão amorosa pareceu tão charmosa do que nessa faixa. Sem tempo para respirar a gente já tem "R U Mine?" outro hit que fica na cabeça desde que a gente escuta pela primeira vez, e mais uma música incrível e charmosa sobre relação amorosa. E assim continuamos pelos outros singles da banda como "Why'd You Only Call Me When You're High?" que o nome já explica, fala sobre o narrador ligar as 3 da manhã para um caso dele, e ela responder perguntando por que ele só liga para ela quando ta chapado? e "Snap Out Of It" que é justamente o narrador principal dizendo para uma garota esquecer dele da forma mais direta possível, é uma das mais pops do álbum tendo a fórmula perfeita para fazer sucesso. Até as música mais esquecidas desse álbum são umas putas faixas, "One For The Road" ou "No. 1 Party Anthem" nem sempre são músicas lembradas desse disco, mas seriam facilmente a música mais memorável no Suck It and See por exemplo. Todas as 13 músicas desse álbum são hits em potencial, todo o disco é como uma longa festa regada a drogas e sentimentos pesados que em algum momento sai de controle e você não sabe mais o que ta acontecendo, e só consegue sentir a vibe ao seu redor, e não é a toa que pegou não apenas o rock como a música pop toda de surpresa quando ele foi lançado. 2013 é um ano muito importante musicalmente para mim, foi o ano em que eu comecei a ouvir outros estilos de música fora do que eu normalmente escutava que era só heavy metal, e eu lembro de ligar naqueles canais que só passavam clipes e toda hora estava tocando alguma música desse álbum, eu tenho memórias bem claras de ver o clipe todo de desenho de "Do I Wanna Know?" ou o clipe de "Snap Out Of It" com a mulher doida la dançando pela casa, e por isso AM foi um dos primeiros álbuns de fora do heavy metal que eu escutei, e eu fiquei embasbacado logo de cara que o rock atual poderia ser aquilo. Eu tenho ótimas lembranças com ese álbum desde o lançamento dele até os dias de hoje. O Arctic Monkeys já tinha influenciado todo o gênero do rock britânico com o seu primeiro lançamento lá em 2006, e então 7 anos depois eles fazem isso de novo e de uma forma completamente diferente, praticamente todas as bandas do mainstream do rock da década de 2010 tentou refazer os hits do AM e eu posso dizer que nenhum chegou perto do impacto cultural que o AM teve, esse é um dos maiores álbuns de rock dos últimos 20 anos, com músicas que são tocadas em todos os lugares até hoje e merece todo o reconhecimento mainstream que tem. Querendo ou não esse vai ser para sempre o álbum mais famoso da banda, e eu fico feliz que seja um álbum com tantos singles de qualidade assim. 


Segundo Lugar - Favourite Worst Nightmare


Eu não sou um grande fã de post punk, principalmente depois dos anos 80, logo eu não sou o público alvo desse álbum, então acredite quando eu digo que ele é um dos melhores e mais bem produzidos álbuns de rock dos anos 2000. Depois da sua estreia de peso em 2006 o Arctic Monkeys resolveu fazer um disco mais ambicioso, mais barulhento, e que mostrasse para o mundo que eles não eram apenas uma banda de um álbum só, e então só um ano depois eles lançaram essa obra que mistura o indie rock revolucionário do primeiro álbum com uma progressão mais alucinada e um tom bem mais melancólico, como a capa do álbum já mostra, nascia assim o Favourite Worst Nightmare. Com uma influência clara em The Smiths, principalmente nos vocais do Alex Turner, esse álbum para mim é a representação sonora da passagem da adolescência para a vida adulta, porque é tudo mais rápido, mais louco, mais intenso, as letras continuam nos mesmos temas do álbum anterior de amores jovens, desilusões e festa mas elas parecem mais a flor da pele, mais dramáticas, isso talvez se reflita com o período que a banda estava, com os membros descrevendo que estavam tocando mais nas noites durante essa transição do primeiro pro segundo álbum e por consequência vivendo mais essa vida noturna, e da para sentir isso no clima das músicas. Se Hambug é uma festa chegando ao fim Favourite parece uma festa que acabou de começar. As quatro primeiras faixas trazem toda essa energia e intensidade, "Brainstorm" é um britpop anos 90 que já te dá a sensação de estar em uma perseguição, "Teddy Picker" continua na mesma vibe com aquela progressão super rápida com a bateria visceral do Helders, um dos melhores singles deles. "Fluosrescent Adolescent" é uma das músicas mais sarcásticas que o Arctic Monkeys já fizeram, eu adoro todo o tema de como as coisas da juventude se refletem quando a gente fica mais velho, e é o meu clipe favorito da banda um dos meus clipes favoritos de todos os tempos com a briga de gangsters e palhaços que não tem nada a ver com a música. E na analogia da festa que esta perfeita, o álbum vai ficando mais e mais melancólico e cru com as baladas como "Only Ones Who Know" e "Do Me a Favor" para chegarmos nas duas últimas músicas. "Old Yellow Bricks" que é outra música sobre um relacionamento complicado com essa garota tentando escapar em busca de algo só para ver que ela não sabia o que queria, é uma das letras mais geniais que o Alex já escreveu porque ela é cheia de referências a histórias e analogias, e todo o ritmo dela da esse clima de tensão e mistério, é perfeito. E então depois dessa jornada toda chegamos a "505", uma das melhores músicas já feitas e um dos melhores fechamentos de álbuns de todos os tempos. É impossível não se sentir arrepiado quando você escuta esse música pela primeira vez. O órgão do inicio fazendo alusão a uma trilha sonora de faroeste, para o Alex Turner cantar sobre esse sentimento de melancolia, e a música vai evoluindo para um clímax extraordinário, com tudo funcionando para criar uma das músicas mais originais que eu já ouvi trazendo o famigerado fim da festa, eu já vi muita banda tentando recriar "Do I Wanna Know" mas eu nunca vi ninguém fazer o que "505" faz. Favourite Worst Nightmare não é a sequência do primeiro álbum da banda, ele é uma sequência para a carreira do Arctic Monkeys, já mostrando toda a maturidade e complexidade dessa banda, conseguindo pegar o indie rock que eles fizeram tão bem na sua estreia, e misturar com britpop noventista e post punk oitententista para fazer um álbum que não perde em nada para o primeiro. 


Primeiro Lugar - Whatever People Say I Am, That's What I'm Not

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O Arctic Monkeys mostrou através dos anos como consegue se reinventar dentro do seu estilo, e se manteve na vanguarda do indie rock como uma das primeiras bandas que vem a cabeça quando pensamos no rock britânico graças a qualidade consistente na sua músicas, mas as vezes, as vezes o primeiro é o the best you ever had, a estreia de maior sucesso da história do Reino Unido, o famigerado álbum de novo gigante do cara fumando. Não tem muito o que falar desse álbum que já não foi dito, ele é um clássico moderno e revitalizou completamente o cenário do rock inglês underground nos anos 2000 e tudo isso porque ele pegou perfeitamente o espirito da juventude na época. É muito comum as pessoas categorizarem ele como um álbum conceitual sobre as vidas dos jovens nas noitadas no norte da Inglaterra, porque todas as músicas são em primeira pessoa sobre algum aspecto das noites britânicas, e o instrumental acompanha perfeitamente isso, com essa mistura de garage rock com britpop acelerada que as vezes vai até para um punk rock direto, é o som que você imagina uma banda pequena apresentando em um clube pequeno. Hoje em dia pode parecer um som mais genérico porque é um estilo musical que foi usado por quase toda banda de indie rock depois desse álbum, mas é porque eles fizeram muito bem aqui. Eu já conhecia o Arctic Monakeys pelo AM e aquele álbum tinha explodido minha cabeça, e então quando eu ouvi esse a minha cabeça explodiu de novo, é como entrar em uma capsula do tempo e ir para o surgimento de algo grandioso, essa é a vibe do disco. O álbum abre com "The View From The Afternoon" que já é essa porrada de britpop com punk com guitarras rápidas, te colocando na vida agitada do jovem inglês e dando todo o tom para as próximas 12 faixas. "I Bet You Look Good On The Dancefloor" é um dos grandes hits do álbum, e ele é um daqueles hits específicos que é feito descaradamente para ser um hit e funciona justamente por causa disso, a faixa toda já soa como algo que você pode dançar em uma balada alternativa e meter um bate cabeça em um show, assim como "Dancing Shoes" que examina o comportamento das pessoas nas boates. Porém o Alex Turner não fala só de festa e ficar doidão em boate no álbum, ele já mostrava sua habilidade de escrever sobre relações complicadas em "Mardy Bum" que é uma longa reflexão sobre uma relação que esfriou. "When The Sun Goes Down" é a minha música favorita do Arctic Monkeys, eu amo tudo sobre essa música, o começo acústico, a progressão da guitarra no "tan ta na tam tam tam", o fato de uma música sobre a vida difícil de uma prostituta parecer tão divertida, o refrão que fica na cabeça, até o jeito agressivo que o Alex canta "because she must be FUCKING FREAZING", ela pode não ser a melhor tecnicamente ou a mais impressionante, mas se eu tivesse que resumir tudo que tem de bom em Arctic Monkeys em uma música seria essa. E o álbum se encerra com "A Certain Romance" que é quase ali uma cena pós créditos para a continuação que seria Favourite Worst Nightmare, sobre esse romance que não existe mais, seria uma música que caberia perfeitamente naquele segundo disco, e fecha muito bem o álbum. Tem muitas formas de definir algo como um clássico, para mim é sempre algo que circula entre parecer atual mesmo com décadas de lançamento, que conseguiu pegar o espirito de uma época, e que teve forte influência no futuro do gênero, e esse álbum é as três coisas. Com esse álbum o Arctic Monkeys conseguiu descrever a adolescência britânica dos anos 2000 melhor que Skins e trouxe o seu rock underground para o mainstream, influenciando tudo que veio depois deles com essa combinação energética e única de 13 músicas sobre as alegrias e os problemas da juventude. Esse para mim não é só o melhor álbum da banda, como o melhor álbum de indie rock já feito e facilmente um dos melhores álbuns da história do rock.


E esse é meu ranking de álbuns do Arctic Monkeys, e como eu já falei muito de rock britânico nos últimos artigos vamos dar uma mudada para os próximos posts, porque estamos oficialmente em TEMPORADA DE KENDRICK LAMAR, que anunciou álbum novo para maio desse ano, então nada mais justo que fazer uns artigos sobre ele, porque sabe-se lá quando vamos ter um projeto desse cara de novo. Então até o próximo artigo.  

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