Minha Crítica: Kid Cudi - Man On The Moon III: The Chosen


O tão esperado final da trilogia.


Em Outubro de 2020 a lenda do rap Kid Cudi anunciou que a sua série de álbuns Man On The Moon finalmente teria o seu terceiro capitulo para a alegria geral dos seus fãs, já que o primeiro Man On The Moon lançado em 2009, e o segundo lançado em 2011, não são apenas os dois melhores projetos da carreira do artista, como dois dos álbuns mais influentes para o rap moderno. Então no dia 7 de Dezembro Cudi lançou o trailer para o álbum, e no dia 11 finalmente o terceiro capitulo da saga foi lançado, com todo o hype do mundo, e aqui esta o que eu achei dessa obra.
  
Man On The Moon III continua com os temas líricos dos outros 2 projetos, com Cudi te colocando dentro da mente dele, explorando seus diversos problemas ao longo desses anos, mas com o seu estilo otimista de sempre. O álbum é dividido em 4 partes, com a primeira sendo o lado mais de festa, com Cudi tentando esconder seus problemas com álcool, drogas e mulheres, o segundo sendo Cudi em um estilo mais arrogante, ostentando todo o seu poder sobre o rap, o terceiro mostrando quem é o verdadeiro Kid Cudi por trás de tudo isso, com essa sendo a parte mais sentimental do álbum, com ele falando abertamente de todos os problemas na sua mente, e a última parte sendo a da aceitação, com Cudi finalmente passando por cima de todos esses problemas e encontrando paz, agradecendo seus fãs por apoiarem ele nesse processo todo, e dando uma mensagem para todos que o escutam, que eles não estão sozinhos em seus problemas. 

A grande diferença desse álbum para os outros dois, e o restante dos projetos do Kid Cudi, é que aqui o artista esta rimando demais. Cudi sempre foi conhecido por ser um rapper melódico, inclusive com os seus hummings sendo a coisa pela qual ele é mais lembrado, porém aqui ele mostra porque é muito underrated no quesito de rimas mesmo, com ele fazendo versos inteiros com um flow impecável, com punchlines, narrativas bem estruturadas, e uma cadência que eu acho que nunca vi ele fazendo em álbum nenhum, tudo isso enquanto continua fazendo o que faz de melhor, grandes harmonias e refrões pegajosos que ficam na cabeça do ouvinte logo na primeira escutada. Cudi mostra que é um artista sensacional porque ele consegue carregar um projeto de quase 1 hora apenas com a sua presença como artista, com os poucos feats do álbum, Pop Smoke, Skepta, Phoebe Bridgers e Trippie Redd, aparecendo no momento perfeito para complementar algo que faltava na faixa. 

A produção do álbum é bem moderna, muita coisa mudou no rap de 2011 para cá, e por isso Kid Cudi teve que se adaptar ao trap psicodélico e o emo trap atual, e não é atoa que muitas pessoas pensaram que ele estava copiando o Travis Scott nesse álbum, porque ele foi uma influência tão grande para esses dois subgêneros, que agora ele parece estar pegando de volta algo que ele criou, com o Travis sendo o maior nome desse meio atual, Cudi realmente pega um pouco do seu pupilo para se encaixar nessas batidas novas, mas no geral eu acho que ele se adaptou muito bem aos tempos modernos, fazendo um álbum com uma produção de 2020, soar como um álbum de 2020. A segunda parte do álbum tem mais do Kid Cudi clássico, com ele usando bastante daquele indie pop que ele tanto gosta, e trazendo algumas faixas que poderiam estar no primeiro Man On The Moon, embora não pareçam datadas. Para os fãs do Kid Cudi, o álbum é cheio de callbacks para os outros projetos do artista, inclusive com  a faixa que abre o álbum "Beautiful Trip", tendo a mesma melodia que a primeira faixa do primeiro Man On The Moon "In My Dreams (Cudder Anthem)", e ele fazendo uma música chamada Mr. Solo Dolo III, que para mim é a melhor música de todo o álbum.  

Os destaques do álbum para mim são: "Tequila Shots", que abre de forma perfeita o álbum sendo um trap bem atual, te trazendo completamente para toda a vibe que o álbum vai ter. "Mr. Solo Dolo  III" que como eu disse é a minha música favorita do álbum, amarrando perfeitamente o som dos 3 álbuns da trilogia em uma música só. "Sad People" que é o Kid Cudi arrasando nas melodias como sempre, e tem um dos melhores refrões de toda a sua carreira, não tem como não se deixar levar por aquele "yeah baby i back on my zooooooone". "Elsie's Baby Boy (Flashback)" que narra a infância do rapper, e tenha talvez a melhor letra em questão de história de todo o álbum, é bem tocante e ao mesmo tempo uma ótima homenagem a sua família, principalmente a sua mãe. "Lovin' Me" pega bastante do emo trap atual, e a participação da Phoebe Bridgers é perfeita, inclusive o álbum dela do ano passado é sensacional também, pra quem não ouviu é uma ótima indicação. "Rockstar Knights" é o Cudi colocando seu estilo antigo em um trap moderno, e disso sai uma grande música, com Trippie Redd fazendo um dos melhores refrões de todo o álbum. E por fim a faixa que fecha o disco "Lord I Know", uma ótima conclusão mostrando Cudi finalmente em paz, encerrando o ciclo da trilogia, e no meio disso ele ta mandando rimas super FIRES.  

Kid Cudi é um rapper que teve baixos baixíssimos (Speedin' Bullet 2 Heaven) e altos altíssimos (Kids See Ghosts) desde os seus primeiros dois álbuns, mas aqui é a primeira vez que ele mostra consistência, ele prometeu um álbum digno de encerrar uma das melhores séries do rap, e entregou uma coisa completa, que traz todo o espirito do que é o Man On The Moon e o próprio Kid Cudi, mas também é um ótimo álbum de trap, claro que o álbum tem seus defeitos, algumas músicas pouco inspiradas que podiam ter ficado de fora para deixar o álbum menor, mas isso não atrapalha em nada na qualidade do disco como um todo, que com certeza é top tier do Kid Cudi, e uma ótima conclusão para o seu projeto mais famoso, o primeiro Man On The Moon é o mais influente e clássico, o segundo o mais sentimental e pesado, e esse encerra tudo sendo o mais completo, com nosso garoto Scott finalmente em paz com seus problemas, só podemos esperar o que mais vem dele de agora em diante. E claro que não poderia ser outra gif para representar minha reação com esse álbum do que essa:

TO BE CONTINUED...

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