Minha Crítica: Slipknot - We Are Not Your Kind


As piores máscaras fazem os melhores álbuns.


Quando saiu "All Out Life" e foi anunciado que um novo álbum do Slipknot seria anunciado, eu, um grande fanboy da banda dos 9 caras de máscara, fiquei muito hypado, esse não era só um álbum que eu queria ouvir, mas eu queria muito que fosse bom, depois do ".5 The Gray Chapter" de 2016 que foi bem decepcionante, o Slipknot PRECISAVA de um álbum excelente para não viver apenas do passado. We Are Not Your Kind saiu (oficialmente) no dia 9 de Agosto, e o álbum não era o que eu esperava, era ainda melhor.

O álbum combina todo o peso característico do Slipknot, com um monte de coisa experimental que acho que ninguém nunca pensou que veria a banda usar. Isso é mostrado logo na primeira faixa do álbum que é uma intro pequena chamada "Insert Coin", uma batida industrial com a voz do Corey ao fundo, para logo em seguida irmos para a primeira música que é o single "Unsainted", uma das melhores músicas que o Slipknot já fez, tudo funciona tão bem aqui, o coral no começo, o refrão limpo e cativante, e todo o peso das guitarras com a bateria nos versos, eu tenho certeza que essa música vai virar um dos clássicos do Slipknot ao nível de Psychosocial e Duality. As próximas quatro músicas do álbum exploram todo o peso característico da banda, o Corey disse que esse álbum seria tão pesado quanto o "Iowa", eu acho que eles não chegaram naquele nível mas dá para ver nessas músicas que toda a agressividade da banda não se perdeu e eles ainda conseguem fazer Nu/Heavy Metal de qualidade, sendo essa a melhor sequência de faixas do álbum. Depois disso o álbum alterna entre faixas puro Metal e a banda experimentando coisas novas, e nada mostra melhor isso do que a faixa "Spiders", a música menos Slipknot que o Slipknot já fez, e uma das minhas favoritas desse disco, parece uma música do Nine Inch Nails, o riff no começo parece a theme song do filme "Halloween", e tem uma parte de Funk Rock, é uma mistura de um monte de coisas, e eu adorei.

O Slipknot nunca fez álbuns envolvendo um tema só, mas nesse várias músicas falam sobre a depressão do Corey Taylor, o vocalista teve uma fase bem bad nesses últimos anos e fala bastante nas letras sobre deixar as coisas ruins para trás, amigos falsos que viram as costas quando você esta em uma fase ruim, fingir sentimentos etc, o Corey disse antes do disco ser lançado que o álbum teria algumas das melhores letras que ele já escreveu, e ele estava falando sério. Claro que não é só disso que as letras falam, ainda tem bastante raiva gratuita e coisas de terror no estilo do velho Slipknot, e eles conseguem balancear muito bem as duas coisas junto com a sonoridade de cada música. E apesar das letras e da performance vocal que dispensa elogios do Corey, para mim o grande nome desse álbum é o baterista Jay Weinberg, no álbum anterior ele ainda estava muito preso e tentando seguir a sonoridade do Joey, mas nesse ele estabelece a própria identidade dele na bateria e dá o tom ideal para as músicas mais pesadas da banda, o mesmo pode ser dito do novo percussionista "Tortilla Man", as vezes mudanças de integrantes ajudam na evolução de um grupo.

Os destaques do álbum para mim são: "Unsainted" claro, o grande hitzão do álbum e como eu já disse uma das melhores músicas que a banda já fez. "Nero Forte", um riff sensacional, peso nas guitarras, levando a um refrão melódico que combina perfeitamente com o andamento da música. "Critical Darling", talvez a música mais "Iowa" do álbum, uma progressão sensacional com o Corey metendo o vocal gutural antes de meter um refrãozão harmonioso, vai de uma coisa para a outra tão rápido mais tão naturalmente, talvez seja a melhor música do disco. "Red Flag" que parece uma música retirada do primeiro álbum deles de 1999... eu nem preciso dizer mais nada. "Spiders" que como eu citei é a coisa mais experimental que a banda já tentou, e eu não sei como eles conseguiram mesclar tudo aquilo e fazer uma música tão boa. "My Pain" que deveria ser uma faixa do "All Hope Is Gone" mas para mim é mais criativa que 95% das coisas daquele álbum, eu adoro a progressão dessa música, como ela vai construindo uma atmosfera junto com a voz do Corey, e aqueles vários "love", parece um interlúdio estranho de 6 minutos, mas combina muito com a proposta desse álbum. E por fim a faixa que encerra o disco "Solway Firth", uma faixa que volta para a agressividade da banda, com guitarras pesadas e muita agitação, fechando de maneira perfeita o álbum.

É engraçado ver a evolução do Slipknot aos olhos da critica e dos fãs de Metal ao longo dos anos, eles começaram como uma das maiores coisas do Nu Metal, foram para um Heavy metal mais tradicional nos álbuns seguintes, foram zuados (com razão) por irem para um lado totalmente melódico depois, e depois da morte do Paul Gray e da saída do Joey Jordison a banda parecia que ia ser apenas uma cópia ruim do que ela era no passado. Esse foi o álbum que conseguiu conquistar de novo os fãs de Heavy Metal e a critica, com toda a sua inovação, todas as coisas estranhas que a banda experimentou mas com muito peso. Eles fizeram um disco que prova que o grupo não perdeu sua criatividade, pelo contrário, ainda tem muito para mostrar, e não pretende fazer o mesmo álbum de novo e de novo, isso tudo foi recompensando com o primeiro lugar na parada britânica e americana (junto com mais um monte de países), e várias notas 10 de sites especializados, com o Slipknot se estabelecendo como uma das maiores bandas ainda em atividade do Metal.

Diferente do quinto álbum esse disco tem uma identidade própria, tem vários elementos dos 3 primeiros discos mas consegue fazer sua própria sonoridade, e por isso para mim ele esta no top três de melhores álbuns do Slipknot. E essa é a gif que representa minha reação com esse álbum:


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