O álbum de OPERA ROCK CONCEITUAL do Kiss, sim, isso também existe. O Kiss antes desse álbum vinha de uma maré boa replicando trends musicais de sucesso como a disco music e o power pop, então por algum motivo eles decidiram embarcar na onda de álbuns conceituais da virada dos anos 70, e o Kiss que sempre foi uma banda sobre diversão e festa o tempo todo resolve fazer um disco completamente sério sobre a história de um jovem que é recrutado por uma ordem secreta para combater o mal em uma soceidade distópica pós apocaliptica e ao mesmo tempo entrar em uma jornada de autoconhecimento para descobrir quem ele realmente é, parece que eu to inventando tudo isso mas eu juro que é sobre isso o álbum. Para piorar tudo a gravadora insistu que o single "I" que seria o final da história com o herói finalmente descobrindo quem ele é, fosse colocada no final do primeiro disco sendo a sétima faixa no geral, o que fazia a história ficar impossivel de se entender, pelo menos quando ele foi relançado em CD e atualmente nos streamings a faixa "I" vem por último, não que isso mude muito a qualidade do disco. Meu maior problema com esse disco é que a sonoridade dele não parece em nada com o Kiss, toda a vibe dele é essa tentativa de uma coisa grandiosa, uns negócios meio messianicos e umas músicas que parecem de filme ruim de ficção cientifica, é chato, você nunca se engaja nessa história do personagem principal, e nenhuma das faixas funciona fora do contexto dessa história, diferente do The Wall do Pink Floyd por exemplo onde os singles continuam sendo hits fora da história geral. Se eu for elogiar alguma faixa "The Oath" pelo menos parece uma música do Kiss, por mais que não seja das melhores, o resto eu pularia mesmo, a não ser que você goste muito da banda ou tenha hiperfoco em álbuns conceituais oitentistas ruins (porque existem muitos por qualquer motivo).
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Aqui a gente da uma variada, porque o último álbum do Kiss nos anos 80 não é uma mudança sonora ousada, na verdade ele continua bastante na pegada do que a banda já vinha fazendo nos seus últimos lançamentos, o grande problema de Hot In The Shade é que ele é uma salada de ideias muito longa que faz com que ele seja uma experiência exaustiva de se escutar. O disco vai desde faixas que tentam trazer o hard rock oitentista que estava tendo um revival ali com o Guns N Roses com "Rise To It" que abre o projeto, baladas como "Hise Your Heart", rock de arena ala Bon Jovi como "Boomerang" e até indo para o funk rock em "Ready My Body", o que faz com que o álbum não seja coeso, uma hora você está ovindo uma faixa do Kiss na pegada anos 80 como eles fizeram pela década inteira e ai do nada a gente vai para uma música que parece do Michael Bolton com uma balada toda melodramática com "Forever", e parece do Michael Bolton porque foi uma música coescrita por ele que de algum jeito o Kiss achou que combinava com a pegada deles. O álbum também é muito mal produzido, o Kiss vinha de uma produção polida com algumas ideias muito boas nas mixagens como vamos ver mais para frente, aqui a produção é crua, na verdade o que eles fizeram foi gravar em cima de fitas demos remixadas, a bateria quase não tem destaque no disco, o que fez o baterista da banda na época Eric Carr dizer ter odiado quando ouviu o resultado final do disco, o chamando de "um disco barato". Ainda assim existem algumas faixas boas dentre as 15 que o disco tem, como eu falei ele abre com uma pegada hard rock muito boa com "Rise To It", "Silver Spoon" tem o groove junto com o peso que é muito boa, e "Ready My Body" é a mais energética do disco, além claro da já citada "Forever" que eu particularmente nunca gostei mas é provavelmente a segunda balada mais famosa da banda e está lá entre as 10 faixas mais escutadas do grupo em todos os streamings. No final Hot In The Shades tem o maior número de faixas de qualquer álbum do Kiss, e ele acaba tirando a fluidez que sempre foi um dos pontos mais fortes que eles tiveram, e por isso por mais que ele tenha uma ou outra boa faixa, todo o lado B do álbum que é as últimas 7 faixas parece interminável.
Décimo Sétimo Lugar - Sonic Boom (2009)
Álbuns de bandas dos anos 80 e 90 que são lançados nas décadas posteriores costumam cair em duas categorias, a primeira que é uns 5% são clássicos que rejuvenescem o material da banda e colocam eles novamente no mainstream angariando novos fãs, e os outros 95% são discos de inéditas que tentam refazer o que foi feito antes mas são músicas esqueciveis e uma desculpa gigante para a banda ir em turnê tocar 2 dessas músicas novas mas o setlist todo ser das faixas famosas que todo mundo já sabe, e pela colocação você já pode prever em qual categoria Sonic Boom está. Esse foi o primeiro disco de inéditas do grupo desde 1998 e a ideia era fazer um álbum que remetesse ao som setentista da banda, uma pegada hard rock nostálgico com refrões pegajosos e bastante carisma, mas o que eles entregaram foi bem meh. Musicalmente, Sonic Boom soa como uma colagem de ideias recicladas. O álbum tenta capturar o espírito de clássicos como Rock and Roll Over e Love Gun, mas acaba soando excessivamente artificial, com composições genéricas e produção polida demais para o que deveria ser um “retorno ao básico”. As guitarras são competentes, mas previsíveis, e os refrões, que haviam supostamente sido pensados para serem cantados em estádios, carecem de personalidade, coisa que nunca faltou a banda no passado. No geral esse foi um dos mais chatos de escutar, pelo menos os ruins tinham alguma tentativa de algo novo, você ficava intrigado com a direção que aquele acidente de carro estava tomando, já esse é só uma combinação de músicas genéricas, que nem são ruins, apenas extremamente esqueciveis, ao ponto que eu nem consigo indicar alguma para vocês ovirem.
Décimo Sexto Lugar - Monster (2012)

Monster é o último álbum lançado pelo Kiss, 3 anos depois do morno Sonic Boom. Eles prometeram um som mais pesado e mais cru, algo que faria juz a reputação da banda dentro do hard rock, e o meu veredito é que ele é basicamente um Sonic Boom 2 mas com singles pelo menos memoravéis. Desta vez, a banda acerta em alguns pontos, os singles “Hell or Hallelujah”, “Long Way Down” e “All for the Love of Rock & Roll” são mais inspirados e mostram um Kiss genuinamente motivado, e principalmente tem refrões bem memoravéis que colam na cabeça. Há riffs mais fortes e uma produção menos polida do que a de Sonic Boom, o que confere ao álbum uma energia mais crua e convincente. A voz de Paul Stanley soa potente e o Gene Simmons entrega alguns momentos dignos do seu passado, na verdade a quimica da dupla que sempre foi a força matriz da banda e que parecia bem fora do lugar no álbum de 2009 agora está bem mais alinhada nesse. Porém, apesar do salto de qualidade, Monster ainda parece um álbum feito no piloto automático. As composições seguem fórmulas antigas, as letras soam datadas e a tentativa de evocar o espírito setentista raramente soa natural. O disco quer ser moderno e retrô ao mesmo tempo, mas acaba ficando preso entre dois mundos: pesado o bastante para soar nostálgico, mas sem a criatividade necessária para ser realmente relevante, parecia que a banda queria provar que ainda poderia ser o Kiss, mas a realidade é que o álbum não tem as experimentações que rendeu alguns dos melhores trabalhos do grupo, e o peso não é tão pesado quanto os álbuns do grupo que são conhecidos e elogiados por isso. No fim desse disco eu diria que os dois singles prestam "Hell or Halleluah" e "Log Way Down" e o resto eu pularia. Um final bem pouco digno para uma das bandas mais famosas dos Estados Unidos.
Décimo Quinto Lugar - Lick It Up (1983)

A história aqui é a seguinte: desde o final dos anos 70 o Kiss estava em uma crise de estética, foi dai que veio a ideia do álbum de Opera Rock e outras que você vai ver mais para frente. O ponto é que a banda estava perdida e a ideia de tirar a maquiagem já havia sido trazida desde o começo dos anos 80 mas após o álbum que veio antes desse ter tido péssimas vendas a banda bateu o martelo que a imagem da banda estava desgastada e não funcionava mais para os anos 80, então no dia 18 de Setembro de 1983 a banda fez uma
coletiva de imprensa na MTV sem as maquiagens já linkando com o lançamento do álbum desse novo Kiss, com um guitarrista novo chamado Vinnie Vicent e uma sonoridade completamente nova. Então o Kiss basicamente começou a se vestir como qualqer banda de glam rock dos anos 80 e fazer música como qualquer banda de glam rock dos anos 80, e ai vem o meu grande problema com essa fase do Kiss, eu não gosto de glam rock no geral, pra mim foi um dos gêneros mais genéricos do rock, pra mim é tudo a mesma coisa, e por mim eu colocava todos os discos dessa fase do Kiss (tirando um que eu gostei bastante) em uma posição só porque eu mal consigo diferenciar qual música vem em qual disco. O Lick It Up foi o primeiro desses e pra mim é o mais genérico de todos, o problema maior dele é a falta de identidade, o Kiss tenta soar moderno pra época, mas acaba soando como mais uma banda de hard rock tentando se adaptar ao que era tendência em 1983. As composições são previsíveis, os refrões parecem fabricados no que tinha de mais genérico no rock da época e a produção limpa demais tira a crueza que sempre foi parte do charme do grupo. Dito tudo isso a faixa título grudou na minha cabeça de um jeito que eu acho que nenhuma outra música do Kiss fez, depois de eu esctar esse álbum eu fiquei os proximos dois dias cantando "lick it up lick it up ooooooh ooooh oooooh", então eu não tenho como dizer que esse single não é um BANGER, inclusive o clipe é uma das coisas mais
involuntariamente engraçada de todos os tempos, assistam pra ver o Gene Simmons passando vergonha. Enfim, escutem a faixa título, se voce gosta de glam rock eu indicaria outros na frente desse, ele é bem mediocre no que ta se propondo.
Décimo Quarto Lugar - Asylum (1985)

Em décimo quarto lugar nós temos o décimo terceiro álbum que a banda lançou, mais um da fase glam do Kiss e mais um álbum bem qualquer coisa. Asylum representa o Kiss tentando se firmar na estética colorida e exagerada do hard rock oitentista mas o resultado é um disco que parece mais preocupado em se encaixar na moda da época do que em afirmar uma personalidade musical. O álbum soa como um produto daquele rock do começo dos anos 80: barulhento, tecnicamente competente, mas desprovido da personalidade que já havia feito do Kiss uma banda única. A banda aqui tenta fazer aquele rock mais puxado pra arenas com composições que miram no estilo de bandas como Bon Jovi e Dokken, mas sem o mesmo carisma ou gancho melódico que fez essas bandas tão bem sucedidas na época. O single “Tears Are Falling” é o ponto alto desse disco, uma balada forte e bem construída, que ainda se sustenta. Fora isso, o disco parece preso num limbo criativo. Músicas como “King of the Mountain” e “Who Wants to Be Lonely” tem boas ideias de guitarra, mas soam calculadas, sem criatividade. E o ponto mais baixo do disco é o Gene Simmons, que parece completamente desinteressado, entregando faixas esquecíveis como “Anyway You Slice It” e “Trial by Fire”. Como eu disse anteriormente eu acho que ele pelo menos é bem competente na produção e como um todo melhor que o Lick It Up, então ele fica um tantinho na frente por mais que eu ache ele também extremamente esquecivel.
Décimo Terceiro Lugar - Crazy Nights (1987)

Crazy Nights é a continuação do Asylum e ainda é a banda tentando ser o Bon Jovi, com uma diferença, nesse álbum eles são extremamente competentes em fazer isso. Eu não fui o primeiro a pensar qe esse disco é a banda emulando o som do Bon Jovi, na verdade o próprio Paul Stanley que nesse disco estava no controle geral das decisões sobre a sonoridade da banda admitiu ainda na época que o Bon Jovi estava dominando as paradas de sucesso e não queria ser deixado para trás, então aqui eles mergulharam totalmente nesse arena rock com refrões que foram feitos para serem cantados em coro, e como eu disse eu acho que eles foram bem sucedidos nisso. A faixa-título é um hino otimista que gruda na cabeça, “Reason to Live” entrega uma balada digna de qualquer trilha sonora que tocaria na MTV na época, “Turn On the Night” fecha o trio de singles com uma energia pop perfeita para o momento em que o rock se misturava com o glamour da cultura mainstream. As composições são fortes, as melodias são pegajosas, e o Paul Stanley brilha como frontman (vocês vão ver mais para frente que eu gosto muito mais quando é ele que ta comandando), transformando a imitação óbvia em uma homenagem bem-sucedida. Diferente dos outros que eu falei e me diverti bastante escutando esse disco, eu nunca fui o maior fã do mundo de Bon Jovi mas acho que é inegavel que o Kiss fez o melhor disco “à la Bon Jovi” que o Bon Jovi nunca gravou. Ainda está bem longe do Kiss que a gente está familiarizado, mas ainda assim é um disco divertidinho que dá pra escutar ali se você não tiver fazendo nada.
Décimo Segundo Lugar - Unmasked (1980)
Unmasked é um dos ábuns mais divisivos da banda, isso não apenas com os fãs mas também entre os membros da banda, o Ace adora, o Gene não liga e o Paul já falou positivamente e negativamente dele em entrevistas, isso porque a banda que vinha de um disco em uma pegada disco que foi um acerto comercial para eles resolveu ir para uma pegada ainda mais pop deixando o hard rock dos anos 70 para trás para ir para um power pop, e muitas pessoas gostam dessa pegada, outras acham um álbum extremamente fraco e sem peso, e a minha opinião sobre??? Eu entendo as criticas mas porra que disco gostosinho de ouvir. A pegada do Unmasked é um power metal muito bem feito, os arranjos são limpos, os vocais harmoniosos e as melodias açucaradas, e aqui o Kiss já mostrava que conseguia emular muito bem sons da época. Faixas como “Shandi” e “Tomorrow” são canções agradáveis, bem construídas e com refrões que grudam na cabeça. “Talk to Me”, de Ace Frehley, é outro destaque, lembrando um pouco o Kiss dos velhos tempos sendo essa a mais pesadinha do disco. O disco não figura entre os melhores da banda, e acho que como personalidade ele tem bem menos que o seu predecessor, mas ainda assim é 40 minutinhos de músicas bem gostosinhas. Acho que eu também ficaria puto se eu tivesse crescido com o Kiss dos anos 70 do hard rock e recebido isso depois, mas no geral eu acho um ato bem curioso na discografia deles e indico para quem gosta do lado mais leve do grupo.
Décimo Primeiro Lugar - Dressed to Kill (1975)

Primeiro álbum da lendária década de 70 do Kiss, terceiro no geral da discografia da banda e dono de um dos maiores smash hits do grupo, dito isso eu acho o Dressed To Kill um pouquinho superestimado comparado com os outros clássicos do grupo. Musicalmente, o álbum mostra uma banda afiada, agressiva e inspirada pelo hard rock setentista, mas ainda explorando a fórmula clássica do Kiss: riffs pesados, refrões simples e vocais energéticos. O meu único problema com esse disco e que pra mim faz com que ele não esteja tão acima no ranking e um pouco atrás dos que vieram antes é que eu acho a pegada dele um pouco repetitiva. Do ponto de vista histórico, Dressed to Kill é o álbum que colocou o Kiss no caminho da fama: foi o disco que apresentou “Rock and Roll All Nite”, consolidando a banda como fenômeno ao vivo e abrindo portas para a era dourada do hard rock e do glam teatral que eles ajudariam a definir. O grande trunfo desse álbum é "Rock and Roll All Nite" que é a última faixa do disco e parece que tudo que vem antes é uma preparação para isso porque os riffs são bem parecidos com essa música e os temas são sobre festejar até morrer, e sim, "Rock and Roll All Nite" fecha o disco de forma sensacional e acho que funciona tão bem dentro do contexto todo do disco como funciona como single solo, o problema é que tudo que vem antes não está na mesma altura desse hit e acaba sendo um pouquinho esquecivel dentro da discografia da banda. Porém é outro disco bem gostosinho de ouvir, ele tem 30 minutos em 9 faixas, ele é rápido e pesado como tudo que a banda havia apresentado antes então eu com certeza eu indico ele para quem é fã e ainda não ouviu.
Décimo Lugar - Rock And Roll Over (1976)

Continuação do Dressed To Kill lançado um ano depois Rock And Roll Over tem uma das capas mais bonitas da banda que já virou tatuagem em vários fãs, e musicalmente mostra uma banda mais experiente, experimentando a linha tênue entre a simplicidade direta e a composição inspirada. Depois de Dressed to Kill, a banda já havia percebido que faixas curtas, refrões gigantes e energia ao vivo eram sua marca registrada e aqui eles refinam essa fórmula com maior segurança. Musicalmente, o álbum entrega hard rock puro, cru e energético, com riffs memoráveis e vocais fortes de Paul Stanley e Gene Simmons. A faixa-título, “Rock and Roll Over”, é um hino para arenas, enquanto “Calling Dr. Love” e “I Want You” mostram a capacidade da banda de criar hits de pop rock rápidos e cativantes, que permanecem entre os mais lembrados do repertório clássico inclusive já dando um toque da pegada que a banda iria assumir no final dos anos 70. Produzido por Eddie Kramer, o disco tem um som mais polido do que os dois primeiros álbuns, mas ainda mantém a sensação de banda de garagem que caracterizava o Kiss do início. A guitarra de Ace Frehley está mais presente e inspirada, com solos curtos, mas afiados, inclusive para mim ele é o MVP desse disco, e a bateria de Peter Criss e o baixo de Gene Simmons são simples mas firmes, o foco é na energia e na pegada, deixando de lado o virtuosismo técnico. Porém o que coloca ele não tão na frente no ranking é que ele está esmagado entre dois álbns muito memoraveis da banda, e ele talvez não tenha um hit tão forte quando outros dos anos 70, então por mais que ele seja um álbum bom que mostrou uma criatividade técnica maior da banda em relação ao que veio antes, ele também acaba sendo o famigerado álbum de transição que nem sempre traz o mais inspirador do grupo. Porém assim como Dressed To Kill é um disco gostoso de ouvir com apenas 10 faixas e 33 minutos no geral, e com certeza agrada qualquer fã da banda independente da fase que você goste.
Nono Lugar - Psycho Circus (1998)

Eu tenho uma história pessoal com esse álbum: Eu conheci o Kiss através dele. Quando eu era adolescente tinha um sebo do lado da minha escola e eu comprava revistas antigas de rock lá, e em uma delas tinha um review sobre o show da Psycho Circus do Kiss, eu tentei até achar o artigo mas não consegui porque eu nem lembro qual era a revista e tem milhares de artigos sobre isso, mas foi por causa desse artigo que eu comecei a ouvir a banda, porém eu nunca tinha ouvido o álbum até pegar a discografia para ouvir agora, e pior eu nunca tinha visto essa capa TENEBROSA DE FEIA até esse ano. A história aqui é a seguinte: Psycho Circus marcou o reencontro oficial de Paul Stanley, Gene Simmons, Ace Frehley e Peter Criss nos estúdios para um álbum completo, depois de mais de 15 anos em que Ace e Peter estavam fora da banda, além disso a banda colocou novamente a maquiagem para voltar a ser aquele Kiss clássico, coisa que não acontecia desde 1983. Então a espectativa para esse disco era gigante, eles iam voltar com a formação original, com o hard rock pesado deixando o glam pra trás e com o visual clássico, porém assim como o urubu do pix esse disco é um pouquinho golpe. Por mais que tenha sido prometido para os fãs que seria um álbum do quarteto, Ace Frehley e Peter Criss participaram pouco das gravações, muitos instrumentos e solos foram tocados por músicos de estúdio, Paul Stanley e Gene Simmons assumiram grande parte das composições e da produção fazendo esse projeto ser um álbum muito mais dos dois do que realmente algo do quarteto, e isso fez o Ace se decepcionar com esse retorno e deixar a banda de novo depois da turnê do álbum em 1999 e o Peter continuar na banda apenas tocando nos shows até 2004. Dito isso eu acho que a sonoridade do álbum funciona como esse retorno a forma original trazendo um hard rock bem nostálgico que consegue ser competente em ser memorável. O disco abre com a faixa título que é uma das minhas faixas favoritas da banda e pra mim serve como uma intro perfeita dessa coisa circense que a banda entraria na sua sonoridade. “I Finally Found My Way” é uma balada sincera que se destaca dentre as faixas e “We Are One” traz um toque de teatralidade que lembra os grandes momentos da banda dos anos 70. É perceptível que Paul Stanley e Gene Simmons queriam capturar a nostalgia sem perder o apelo comercial e nisso eu acho que eles foram bem sucedidos. O disco tem alguns momentos bem mornos mas no geral eu gosto de pensar que se eu fosse uma criança dos anos 90 e comprasse esse CD para ouvir o Kiss que eu não tive a oportunidade de ouvir nos anos 70 eu ficaria bem satisfeito com o resultado. Por mais que não seja o álbum que nos foi prometido ainda assim é um disco muito bom que acerta muito na nostalgia para trazer o Kiss para toda uma nova geração ouvir. E tem a melhor turnê deles, assistam algum show do Psycho Circus no Youtube, eu fico com inveja de quem conseguiu ir nisso.
Oitavo Lugar - Animalize (1984)

Eu lhes apresento o único álbum da fase glam oitentista do Kiss que eu realmente gosto, e pra mim a razão desse disco ser tão bom tem nome e sobrenome: Eric Carr. O novo baterista da banda chegou em 80 junto com a tirada de maquiagem, mas em nenhum dos outros discos ele teve tanto espaço para brilhar quanto nesse. Em Animalize, ele entrega uma performance precisa, poderosa e extremamente dinâmica, que se destaca em praticamente todas as faixas. O álbum é frequentemente citado por fãs e críticos como o melhor exemplo de bateria em um disco do Kiss, graças à combinação de timing impecável, velocidade e força física. Se você tiver um fone bom escute esse disco nele e você vai conseguir ver o quão daora é o Eric Carr dando o tom de todas as músicas em uma velocidade absurda na bateria, em alguns momentos o disco cai até em uma pegada de Speed Metal em alguns momentos, inclusive vejam os shows do Kiss nessa época o Eric ta atropelando o ritmo deles todos com a velocidade da bateria, o cara era uma máquina. Animalize também é notável por ser um álbum dominantemente do Paul Stanley. Ele escreveu ou co-escreveu a maioria das faixas, assumiu o papel de produtor executivo na prática e direcionou o Kiss para um som mais moderno e radiofônico, misturando hard rock pesado com elementos do glam metal da época, tudo isso enquanto o Gene estava tentando alavancar uma carreira no cinema e participou de muito pouco no disco. Paul definiu os riffs, os arranjos e até o tom vocal em várias músicas, garantindo que o álbum tivesse uma consistência e uma identidade clara, coisa que eu acho que falta em todos os outros álbuns da fase glam deles. Animalize não é revolucionário, mas é a melhor obra da fase sem maquiagem do Kiss. Tem singles fortes como “Heaven’s on Fire” e “Thrills in the Night”, e riffs cativantes e refrões que funcionam tanto no rádio quanto ao vivo. Claro, o álbum ainda cai um pouco no glam rock genérico oitentista mas a produção totalmente focada na bateria do Eric Carr faz tudo valer a pena dando uma identidade única ao projeto e o único dos discos da banda nessa fase que durou quase todos os anos 80 que eu escutaria novamente. Rest In Peace Eric Carr.
Sétimo Lugar - Dynasty (1979)

O álbum DISCO do Kiss, odiado por muitos e amado por muitos também e como vocês podem imaginar pela posição eu sou um dos que ama. A história é que depois do Kiss conseguir alcançar números absurdos com os seus primeiros álbuns e se concretizar como uma força gigante nos anos 70 Gene queria ampliar os seus fãs com um som mais comercial e palatavel para todo mundo, com menos peso e mais groove e o resultado disso é o Dynasty. Já podemos ver isso com a abertura do álbum a maravilhosa "I Was Made For Lovin' You" e essa é a minha música favorita do Kiss, eu amo tudo nela, e me surpreendeu muito saber enquanto eu pesquisava as histórias dos álbuns para escrever isso aqui que os fãs americanos dos Kiss odeiam essa faixa pelo fato que a onda disco já estava saturada nos Estados Unidos no final dos anos 70, mas foi um grande hit em todo o resto do mundo e é a música mais escutada da banda nos streamings hoje em dia. Diferente dos primeiros álbuns, Dynasty tem uma produção mais polida, com cada instrumento bem definido na mixagem, na verdade esse pode ser o álbum com a prodção que eu mais gosto de todos do Kiss, da pra entender onde cada instrumento está, ele sai daquela pegada mais banda de garagem faça você mesmo do começo dos anos 70 para uma banda de eventos grandes mesmo, por isso tantas faixas desse disco ficam tão bem ao vivo como a já citada "I Was Made For Lovin' You" que é um dos momentos mais aguardados dos shows da banda, “Sure Know Something” que funciona bem como um momento emocional nos shows, geralmente destacando o Paul nos vocais e riffs de guitarra minimalistas do Ace Frehley e "Hard Times" que é um hard rock mais direto na pegada setentista do Kiss e é uma porrada ao vivo com a bateria do Peter Criss sendo o destaque com aquela energia pura que ele trazia. No fim o Kiss conseguiu inserir elementos disco sem se tornar uma banda puramente pop, trazendo um álbum leve, divertido e conseguindo emular algo mais leve e menos complexo mas sem parecer uma cópia completa de outra coisa como é aquele disco do Bon Jovi. Claro que na época a sensação foi que a banda estava se vendendo, que não era mais aquele Kiss, mas acho que a recepção dos novos fãs como eu é bem melhor com eles conseguindo trazer algo divertido e bem mainstream nos 40 minutos que o disco dura.
Sexto Lugar - Hotter Than Hell (1974)

É louco pensar que hoje em dia os artistas demoram anos para lançar os seus álbuns e o Kiss nos anos 70 lançou logo DOIS álbuns no mesmo ano de estreia deles e foram duas pedradas, Hotter Than Hell é o segundo disco deles que foi lançado apenas 8 meses depois do disco de estreia e é talvez o mais hard rock que a banda já esteve. Esse segundo álbum do Kiss foi gravado às pressas por insistência da gravadora Casablanca Records que queria aproveitar o embalo do sucesso do primeiro disco, das turnês e do marketing inicial. A produção é pesada, turva e distorcida, o que dá ao disco uma aura suja e primitiva, Paul Stanley por exemplo sempre disse que a produção do álbm ficou horrivel para o que ele queria fazer, porém para muitos fãs como eu esse crueza é o que dá a personalidade do disco que vai para um caminho bem mais pesado do que o primeiro. Musicalmente, ele mistura hard rock setentista com proto-metal, riffs lentos e groove denso. É um disco menos glam e mais pesado, com letras sobre poder, sexo e rebeldia, uma prévia do que definiria o Kiss nos álbuns ao vivo. “Got to Choose" abre o álbum com um riff arrastado e marcante, com vocais bem definidos, uma das melhores da banda nesse começo de carreira. “Parasite” que foi escrita por Ace Frehley mas é cantada por Gene tem um dos riffs mais pesados desses primeiros discos, a faixa título foi feita para os estádios com um groove pesado e cheia de personalidade na performance vocal do Paul, e "Let Me Go, Rock n Roll" é uma das mais porradas do grupo, normalmente fechava os shows com improvisos de solos do Gene e do Ace. Hotter Than Hell é o primeiro disco verdadeiramente pesado do Kiss, e muitas de suas faixas soam melhores ao vivo do que em estúdio, justamente porque a produção original era mais abafada, e por isso ele não chega entre os 5 melhores da banda no meu ranking por ter coisas mais bem produzidas com mais tempo, ainda assim é um puta disco bom com 30 minutinhos que traz o que de melhor o Kiss tem no seu lado mais primitivo.
Quinto Lugar - Revenge (1992)

Depois do Hot In The Shade que marca o final da fase glam do Kiss com as criticas extremamente negativas que aquele álbum teve, a banda que já estava passando por um crise de identidade evidenciada naquele disco teve mais um baque, o baterista da banda Eric Carr faleceu em 1991 aos 41 anos vitima de um cancer no coração extremamente raro. Isso fez com que a banda conseguisse colocar a cabeça deles em música, Gene Simmons que estava bem afastado da função criativa da banda por todo os anos 80 para tentar uma carreira no cinema retorna e o grupo agora com o baterista Eric Singer se reuniu para fazer um álbum verdadeiramente de hard rock como todos os fãs das antigas deles queriam. Aqui as guitarras são grossas e agressivas, com afinações mais baixas e riffs inspirados em bandas como a fase mais mainstream do Metallica, as letras são mais sombras e adultas, falando de vingança, luxúria e redenção, e a produção soa grandiosa, cheia de reverb e peso, tem todo aquele exagero do Kiss mas sem toda a breguice do material deles nos anos 80, é aquela grandiosidade e arrogância que apenas o grupo conseguiria fazer. Já vemos isso em "Unholy" que abre o disco com o Gene fazendo um vocal com uma voz de demonio com um riff pesado que faz dessa uma das melhores faixas do Kiss depois da fase clássica. Em seguida, “Take It Off” e depois “Domino” mantem o ritmo com grooves cheios de atitude e um som de guitarra encorpado, mostrando o mais puro hard rock noventista, trazendo o som do grupo para aquela década. E ainda temos "God Gave Rock n Roll To You II" que é uma regravação de uma música da banda Argent de 1973 com uma letra modificada, e eu particulamente gosto mais da versão do Kiss. E o álbum encerra com um instrumental chamado "Carr Jam 1981" que é o Eric Carr fazendo um solo de bateria mostrando o que ele sabia fazer de melhor, técnica com velocidade e muita personalidade na bateria, com o disco se encerrando como uma grande homenagem a ele. Revenge é o Kiss renascido das cinzas. Depois de uma década tentando se ajustar a modas e tendências, o grupo finalmente reencontra seu verdadeiro som: pesado, sombrio e muito mais maduro do que qualquer coisa que eles entregaram na fase glam oitentista. Talvez o disco não tenha tantas faixas lendárias e por isso ele está atrás dos quatro primeiros que estão a sua frente e tem mais clássicos, mas ainda assim é um disco sensacional que vale a pena ouvir do inicio ao fim.
Quarto Lugar - Love Gun (1977)

Lançado em junho de 1977, Love Gun representa o ápice da fase clássica do Kiss como uma definição do momento em que a banda dominava completamente o rock mundial. Após uma sequência de sucessos que transformou o grupo em um fenômeno cultural nos anos 70, este álbum chegou como a confirmação definitiva do poder e da identidade sonora do Kiss. Esse disco é realmente uma junção dos pontos fortes da banda até ali, esse foi o primeiro disco em que o Ace Frehley cantou uma música marcando o primeiro em que os quatro membros cantam alguma faixa e também esse marca o último em que o Peter Criss participa de todas as músicas. A produção é brilhante, ela limpa e poderosa, ampliando as músicas para verdadeiros hinos para tocar nos shows, e resultado é uma coleção de músicas que definem o que era o som do hard rock da época principalmente para o Kiss, com refrões gigantes, riffs grudentos e vocais cheios de atitude. Para mim tudo isso se traduz na faixa título que é uma das músias mais famosas e iconicas que a banda já fez, o Paul traz uma performance vocal explosiva, a guitarra do Ace tá perfeita, cortando a música como uma faca e o refrão é um dos que mais colam na cabeça, para mim uma das melhores que a banda jé fez. Além dela nós temos “I Stole Your Love” a que abre o disco rapidez e verocidade, reafirmando o talento de Paul para criar grandes introduções para os discos do grupo. “Christine Sixteen” é outro ponto alto, com seu groove inconfundível e linha de baixo contagiante, trazendo o Gene Simmons em sua forma mais memorável dentro desse disco, e inclusive curiosidade que o solo do Ace nessa música foi comporta por ninguém menos que Eddie Van Halen, e mantida pelo Ace exatamente como ele fez. Já “Shock Me” marca um momento histórico: a primeira vez que Ace Frehley assume os vocais, e ele faz uma faixa com carisma e um dos solos mais marcantes de toda a discografia do Kiss, o Ace está voando nesse disco e nessa fase do final dos anos 70 como um todo. Mesmo com a banda começando a sentir o peso da fama e das turnês incessantes internamente, Love Gun é o retrato de um grupo ainda no auge criativo e energético, antes das tensões internas tomarem conta. É um disco que brilha pela confiança e identidade, uma obra que vem com tudo reafirmar o que o Kiss já nem precisava dizer: que naquela época eles eram o maior espetáculo dentro do rock.
Terceiro Lugar - Creatures Of The Night (1982)
A capa mais bonita de todas.
Eu acho que o Creatures Of The Night é o grande efeito borboleta da trajetória do Kiss. A entrada do grupo nos anos 80 foi bem confusa, eles vieram dos álbuns mais pops do final dos anos 70 que trouxe novos fãs mas enfureceu outros, então Gene e Paul demitem Peter Criss da bateria pelo comportamento cada vez mais imprevisivel dele errando várias músicas na turnê do Dynasty anunciando logo depois o Eric Carr, porém a estreia do Eric seria naquela bomba de Music From "The Elder" que era o álbum de opera rock que ninguém entendeu, então a banda viu que precisava fazer um grende disco para responder para todos os criticos que eles estavam longe de acabar, com um som mais sombrio, pesado e principalmente técnico, eles lançaram um dos melhores materiais atrelados ao nome Kiss em 82. A sonoridade de Creatures of the Night é massiva, metálica e precisa, a intenção era clara: recuperar o respeito da comunidade hard rock/metal, que havia se afastado do grupo nos últimos anos. A produção, assinada por Michael James Jackson deu ao Kiss o som mais pesado da carreira deles, guitarras em afinação baixa, camadas densas de distorção e uma bateria que soa como trovão, e ai vem o mérito absoluto do Eric Carr, o que esse cara é subestimado dentro do rock é brincadeira. Carr trouxe uma pegada muito mais agressiva, com técnica, peso e principalmente precisão, algo que a banda nunca teve nesse nível. Seu estilo era fortemente influenciadopelos bateristas do metal britânico da época (Iron Maiden, Judas Priest), o que deu à banda um som bem mais puxado para o heavy metal do começo dos anos 80. Esse peso já é visto na faixa título que abre o disco com um impacto brutal com a bateria trovejante de Eric Carr e um riff cortante que mostra que a banda voltou a levar o hard rock a sério. Logo em seguida, “Saint and Sinner” mantém o tom sombrio, com um groove envolvente e vocais intensos de Gene Simmons. “I Love It Loud”, é a mais marcante do álbum, com um refrão simples, quase tribal, feito para ecoar nas arenas, e que se tornaria um clássico absoluto dos shows, principalmente nessa fase com o Eric tocando ela. “War Machine” fecha o disco com peso e presença, trazendo um riff ameaçador e uma performance vocal monstruosa de Gene, além de uma das batidas mais pesadas da discografia do Kiss. Na verdade eu diria que esse é o meu disco favorito do Gene nos vocais, ele realmente ta entregando tudo na performance dele no álbum todo. Agora por que esse é o maior efeito borboleta da banda??? Porque embora hoje ele seja amado por todos os fãs do Kiss e seja considerado um dos grandes clássicos do grupo, as vendas dele foram desastrosas. O público mainstream ainda via o Kiss como uma banda fora de moda e datada dos anos 70, e o som pesado não se encaixava no clima mais leve e radiofônico que dominava o início dos anos 80. As vendas foram decepcionantes, especialmente nos Estados Unidos que sempre foi o foco deles, e as turnês do disco tiveram público reduzido. Ou seja, existe um universo em que esse disco performou bem, o Kiss não tirou a máscara no ano seguinte, e eles nunca entraram na fase glam oitentista horrorosa, fazendo outros álbuns incriveis de hard rock com o Eric Carr, infelizmente só podemos sonhar com essa linha do tempo, de toda forma o Creatures que hoje é conhecido como o álbum maispuro hard rock do Kiss fica com a medalha de bronze aqui no top.
Segundo Lugar - Kiss (1974)

Imagina você lançar o seu primeiro álbum e a sua primeira música que vai apresentar essa nova banda ao mundo ser nada menos que o "Strutter", ta maluco, eles já estavam destinados a grandeza. Paul Stanley, Gene Simmons, Ace Frehley e Peter Criss haviam se unido em 1973 com a ideia clara de criar a banda de rock teatral do mundo, unindo hard rock com um visual único. Eles foram inspirados por nomes como Alice Cooper e New York Dolls, que já haviam trazido essa mistura de rock com apresentações com maquiagens e teatralidades, mas o Kiss levou esse conceito muito mais longe conseguindo já no seu disco de estreia unir música que trazia um rock de garagem no estilo faça você mesmo tocado no estilo de um grande espetáculo. Mesmo sem o peso ou a elegância de produções posteriores, o primeiro disco do grupo soa autêntico e elétrico, é o registro de uma banda faminta, tentando conquistar o mundo com cada refrão e riff. O álbum abre com a já citada “Strutter”, uma das melhores faixas que a banda jé fez, o riff é contagiante, o refrão é puro pop rock disfarçado de hard, e o Paul Stanley mostra desde o início que nasceu pra ser o frontman do grupo, a letra é bobinha mas performance dele que dá todo o carisma que faz com que ela grude na sua cabeça. Na sequência, “Nothin’ to Lose” traz um rock acelerado com vocais divididos entre Gene e Peter, mostrando a química vocal que marcaria o Kiss por todo o resto daquela década. Já “Cold Gin”, composta por Ace Frehley, mas cantada por Gene, traz uma das letras mais clássicas do rock setentista: bebida, diversão e sobreviver ao fim da noite, tendo um dos meus riffs favoritos da carreira da banda, adoraria tomar um ginzão tomando essa, por mais que nós paulistas não estamos podendo. Porém o momento mais grandioso desse disco vem com “Black Diamond”, que fecha o álbum com perfeição. Peter Criss assume os vocais e entrega uma performance intensa, enquanto a música alterna momentos suaves e explosivos, encerrando o disco em clima épico um prelúdio da teatralidade que definiria o Kiss nos seus próximos projetos. Existem poucos primeiros ãlbuns que são basicamente um greatest hits de uma banda como o selt title do Kiss, e para mim o que o torna genial é o equilíbrio entre a simplicidade e a identidade dele, aqui não há tanto daquela pretensão que veriamos mais para frente, concentrando em fazer hard rock de muita qualidade. Cada música aqui soa viva, feita por músicos que acreditavam totalmente no que estavam fazendo. É o álbum que não apenas deu início a uma das maiores trajetórias de bandas da história, mas também capturou a essência do que o Kiss sempre foi: crueza, carisma e a vontade incontrolável de ser inesquecível, ganhando aqui a minha medalha de prata como o segundo melhor álbum do Kiss.
Primeiro Lugar - Destroyer (1976)

Tudo o que eu escrevi de positivo sobre o Kiss até aqui, tudo que eles tentaram fazer em peso, melodia, teatralidade e a ambição de ser a banda mais famosa do mundo, tudo isso está no quarto álbum da banda Destroyer. Esse disco é o ponto exato em que a banda deixou de ser apenas um fenômeno de palco para se tornar uma força criativa completa dentro do rock.
O processo de criação dele marcou uma virada decisiva, pela primeira vez, o grupo trabalhou com o produtor Bob Ezrin (muito famoso por seu trabalho com Alice Cooper e, mais tarde, Pink Floyd), que trouxe uma visão cinematográfica ao som da banda. Pelos registros sobre esse disco é dito que Ezrin exigia disciplina em estúdio, reescreveu arranjos, inseriu orquestrações e efeitos sonoros, e transformou o Kiss em algo muito maior do que quatro músicos de maquiagem, ele transformou cada um deles no seu próprio personagem icônico dentro do rock. Se você já acha incrivel "Strutter" ser a abertura do Kiss de 1974, que tal a abertura de Destroyer ser nada mais que a lendária "Detroit Rock City". É louco pensar que uma música sobre um jovem dirigindo em alta velocidade doido de álcool que morre, que é um tema super pesado, é um dos grandes sucessos da banda sendo um dos pontos mais aguardados no show do grupo, e isso se deve ao riff que é um dos mais reconheciveis da história do hard rock e um dos refrões mais fodas que a banda já fez, inclusive vejam a versão com orquestra que a banda fez em 2003, é de longe a melhor versão dessa música já feita. “God of Thunder” que é outro hit surge como a encarnação perfeita dos talentos do Gene Simmons, o som sombrio, o vocal é monstruoso e a produção é quase como a de um ritual antigo, é o lado mais pesado e teatral da banda no seu auge. Já “Shout It Out Loud” mais um gigantesco hit, é o completo oposto: puro hino de arena, um convite à celebração coletiva, uma das melhores músicas para entender o poder de multidão que o Kiss sempre soube criar. O disco também surpreende ao explorar emoções mais amplas como tons melódicos. “Beth”, cantada por Peter Criss, trouxe um lado sensível e melódico que ninguém esperava e se tornou um dos maiores sucessos da banda, chegando ao top 10 da Billboard, fazendo uma ponte para a era mais mainstream do grupo mostrando que eles podiam ser mais que apenas rock barulhento. E até os deep cuts desse álbum são faixas que seriam hits gigantescos em outros discos do grupo, “Flaming Youth”, “Do You Love Me” e “Great Expectations” tem arranjos sofisticados, coros e uma produção que soa grandiosa até hoje. Cada faixa carrega um elemento do que faz o DNA do Kiss: o rock pesado, o espetáculo visual, o humor, o egocentrismo de ser a maior banda do mundo e o lado emocional. Como eu disse no começo, tudo que o Kiss se propos a fazer e funcionou e tudo pelo que ele é conhecido nos dias de hoje está nesse álbum, nenhum outro trabalho da banda conseguiu unir tão bem a energia do hard rock da época com o senso de espetáculo e a produção cinematográfica. Se o Kiss foi concebido para ser consumido como uma experiência total, visual, sonora e emocional, Destroyer é o que de melhor traz tudo isso, representando toda a era de ouro do Kiss, e eu sei que é clichê, esse é o álbum favorito de todo mundo, mas é com razão, ganhando o meu primeiro lugar também.
E esse foi o meu ranking do Kiss. Respodendo a questão do inicio eu descobri bastante coisa legal ouvindo a discografia da banda, bem mais do que eu esperava, então por mais que hoje eles sejam conhecidos como uma banda que não teve vergonha de se vender de todas as formas possiveis, também tem muita coisa boa na discografia deles, e foi uma jornada bem divertida ouvir, inclusive o Kiss parece que nasceu pro streaming porque a maioria dos álbuns tem em torno de 30 minutos então dá pra ouvir tranquilo enquanto você faz suas atividades do dia a dia. No mais se você quiser mais do Kiss eles tem os álbuns ao vivo chamados Alives que para muitos são os seus melhores trabalhos, e cada membro original do grupo lançou um disco solo em 1978 mas pelo que eu ouvi são bem ruins tirando o do Ace que eu ouvi e é realmente muito bom. Então nos vemos na próximo artigo e pra finalizar eu vou terminar o artigo com uma foto do Kiss com o Lewis Hamilton que eu vi na internet e achei bem maneira.
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