É engraçado como existem pessoas que mesmo sem você nunca ter visto pessoalmente, criam uma conexão única contigo. Como se fosse aquele teu brother que você chama pra encher a cara na sexta feira depois do trabalho. Mac Miller é esse tipo de presença. Um amigo que nunca pisou na sala da sua casa, mas que estava lá em todos os fones de ouvido e caixas de som, seja nos dias bons ou nos dias ruins.
Ele começou como aquele garoto sorridente de Pittsburgh, rimando sobre festas, amigos, dias ensolarados que pareciam não ter fim. Só que o tempo passou, a gente cresceu, e ele cresceu junto. A música foi ficando mais densa, mais madura, mais sincera. Ouvir Mac Miller era quase acompanhar alguém atravessando os mesmos becos escuros que a gente atravessa na vida adulta.
K.I.D.S. é aquele cheiro de adolescência, de zoar com a galera sem pensar no amanhã. Faces e Watching Movies With the Sound Off já mostrava um Mac em conflito, explorando sombras. GO:OD AM foi o grito de recomeço, um disco cheio de energia, como quem tenta se levantar depois de noites longas demais. The Divine Feminine trouxe o lado do amor, do afeto, da vulnerabilidade. E aí vieram Swimming e Circles, como cartas abertas de alguém cansado, mas ainda capaz de transformar dor em beleza. Músicas que parecem escritas pra gente guardar no bolso e usar quando o mundo pesar.
Mac faz falta porque era diferente. Não era só rima, não era só batida. Era alguém que colocava a alma inteira em cada verso, mesmo quando essa alma estava quebrada. Ele tinha essa coisa rara de soar íntimo, como se estivesse falando só com você. E quando alguém assim vai embora cedo demais, fica esse vazio estranho: a sensação de que perdemos não só um artista, mas um amigo próximo.
Hoje, escutar Mac Miller é quase um ritual. Aperta o play e a voz dele volta, suave, honesta, cansada e bonita. É como abrir uma janela em dia nublado: não resolve tudo, mas deixa um vento bom entrar. E nesse vento a gente encontra um pedaço dele ainda vivo.
Nesse mês de setembro se completam 7 anos sem ele. Mac Miller faz muita falta. Mas cada vez que a gente volta às músicas dele, percebe que ele nunca foi embora de verdade.
Nem tenho muito a comentar porque vc já escreveu tudo que eu penso sobre o Mac como pessoa, artista e figura na minha vida. O Mac é o nosso representante como mlks neutros, os caras que só querem viver a vida na boa mas tem que lidar com a própria vida e seus inúmeros problemas, e ai ele faz a trilha sonora perfeita para os momentos de curtição com KIDS, GO:OD AM, Divine Feminine, e nos momentos trbulentos com Faces, Swimming e Balloonerism. Longa vida a música do Easy MAC.
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